No Mundo da Lua - Literatura e ideias de Sônia Pillon

Gentileza gera gentileza... A frase é ridicularizada pelos que fazem do individualismo e da competitividade predatória a sua razão de viver. Mas é preciso lembrar que toda a ação leva a uma reação. E, em se tratando de trânsito, não poderia ser diferente. Basta conferir os noticiários para se constatar que é cada vez mais comum as pessoas matarem e morrerem por brigas banais em vias públicas. Situações que poderiam ser resolvidas com um diálogo, uma negociação amigável e um aperto de mão. Vivemos na época da “tolerância zero”, em que o ego, não raro, fala mais alto que a razão. Em muitos casos, condutores com carros mais novos, mais caros e mais possantes se sentem no direito de passar por cima de tudo e de todos: desobedecem a sinalização, aceleram além da conta, não dão espaço para  outros veículos e, mesmo visualizando pessoas na faixa de pedestre, não param. Até nos locais onde existem semáforos e câmeras, se negam a parar. Já vi até acelerarem ainda mais, olhando para frente

A noite chegou e a aldeia passou do burburinho habitual para um profundo silêncio. Apenas a coruja ao longe podia ser ouvida. Da varanda era possível apreciar a lua cheia e o céu estrelado, faiscante. Contrastavam com as lamparinas das casas. Naquele horário, a maioria das famílias estava reunida para a última refeição do dia, pouco antes de se recolher. A jovem Yoko eleva o olhar para as montanhas que circundam a aldeia Aikura, respira fundo e sente uma sensação inexplicável de alegria. Seu coração bate mais forte e sente seus olhos marejarem. Aquele ambiente bucólico, com suas florestas e ar puro, proporcionavam um profundo bem-estar. Depois de ter ficado tantos meses na casa da tia Tomiko, finalmente ela voltou para a casa de seus pais. Se sentia grata por isso. Nesse momento, ela une as duas palmas, faz uma curvatura com a cabeça e entoa o mantra do agradecimento. A união entre os moradores da comunidade, todos lutando pelo bem comum, faziam toda a diferença. Diferente

A jornada até o desconhecido sempre causa expectativa, principalmente quando se vai para um lugar de uma cultura totalmente diferente da nossa. E mesmo quando se pesquisa, nada como chegar ao destino para depois formar uma opinião, não é mesmo?  É incrível pensar que no dia em que se comemorava a Independência do Brasil, no domingo de 7 de Setembro, eu estava entrando de cabeça na cultura oriental, mais precisamente na japonesa, através da visitação ao maior acontecimento do ano na colônia Celso Ramos, em Frei Rogério, na microrregião do Contestado. Alguém aí já tinha ouvido falar que Santa Catarina tem uma colônia de japoneses e seus descendentes, onde se produz a maçã Fugi e a suculenta pera Nashi em grande escala? Não?! Nem eu... A descoberta da presença de um espaço nipo-brasileiro em terras catarinenses aconteceu durante as homenagens às vítimas da bomba atômica no Japão, em Hiroshima e Nagasaki, na 2ª Guerra Mundial, na celebração do Dia Mundial da Paz, em 6 de agosto, n

Diz a lenda que Sakura vem da princesa Konohana Sakuya Hime, que teria caído do céu, próxima ao Monte Fuji, e se transformado nesta bela flor. Também se acredita que tem sua origem na cultura de arroz, porque Kura era o depósito onde se armazenava o arroz, alimento considerado dádiva divina para os japoneses.  O certo é que tom rosa suave da flor da cerejeira ( sakura , no idioma japonês), símbolo do Japão, causa encantamento a cada desabrochar de suas pétalas. É um acontecimento nacional naquele país. São mais de 300 variedades de cerejeiras catalogadas! Aliás, no Japão não importando o tamanho da cidade, sempre há uma associação de cerejeiras, geralmente presidida pelo próprio prefeito. A florada da cerejeira é aguardada com ansiedade pela população nipônica. Serviços metereológicos informam constantemente as condições climáticas nas localidades onde existem floradas. A primavera é comemorada não apenas para uma breve apreciação. A população corre para garantir um bom l