Crônica


A hora da solidariedade

Tristeza. Esse foi o sentimento geral, no último final de semana. A fúria das águas, que atingiu 42 municípios catarinenses, especialmente Jaraguá do Sul e região, com a incidência da maior enchente dos últimos 15 anos, pegou todos de surpresa e deixou um rastro de destruição por todos os lados. Agora, apesar de todos os prejuízos, emocionais e materiais, é hora de secar as lágrimas, contabilizar as perdas e arregaçar as mangas!
O clima de retomada, na segunda-feira, trouxe uma realidade pós-caos. Famílias inteiras perderam seus móveis, colchões, roupas, calçados, alimentos perecíveis e tiveram de deixar as casas, às pressas. Para os que não contaram com o apoio da família e dos amigos, a saída foi se dirigir ao Parque Municipal de Eventos, que registrou 91 pessoas desalojadas, atendidas de forma emergencial.
Na segunda-feira, quem circulou pelo Centro e em parte dos 23 bairros atingidos, como Czerniewicz, Amizade e Vila Nova, Baependi e Vila Lalau, teve uma visão geral de final de batalha, com lama por todo o lado. Foi desolador ver famílias jogarem fora móveis, eletrodomésticos e roupas em frente às casas, ou em terrenos baldios, que se transformaram em cemitérios de entulhos.
Catástrofes naturais costumam desencadear sentimentos antagônicos – de despertar tanto a solidariedade como a cobiça, ou ganância dos aproveitadores da desgraça alheia. Se uns se preocupam em ajudar, outros se empenham em tirar vantagem, seja superfaturando um produto racionado, como uma bombona de água, saqueando casas e estabelecimentos comerciais, ou ainda dando uma de “171” se passando por flagelado...
É uma questão de caráter, de valores, de ética, qualidades raras de serem encontradas, nos dias de hoje. Mas que bom que ainda existem! Fico feliz toda a vez que vejo uma criança, ou um jovem, cumprimentar e responder a uma saudação de “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”.
Também me surpreendo positivamente ao ver pessoas se levantarem para dar lugar a uma mulher grávida, a pessoas idosas, ou com algum tipo de deficiência. Atitudes assim dignificam, dão um sentido maior para a expressão “ser humano”, de ter realmente um gesto humano para com outras pessoas.
Por isso é que sempre digo que é nessas horas que os indivíduos se mostram como são. E como é bom ver voluntários realmente comprometidos com o bem comum, assim como pessoas que, mesmo com pouco, são capazes de ajudar. E se tiverem mais recursos e puderem contribuir mais, melhor ainda!
Muita gente está precisando de ajuda para seguir com a vida e tocar em frente. Essa é a hora para mostrar o potencial de recuperação de um povo de fibra, terra de empreendedores, de vencedores. Quanto mais pessoas se engajarem em arregaçar as mangas, mais rápido a cidade e a região se erguerão novamente. Mãos à obra!                                      



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