BIENVENIDA A URUGUAY - PARTE 1
MOCHILÃO MERCOSUL Bienvenida a Uruguay , 30 anos depois O relógio marcava em torno de sete horas quando o ônibus fretado pela agência de “aventurismo” de Porto Alegre adentrou no território uruguaio, na ensolarada manhã de 5 de setembro de 2015. Eu estava chochilando na segunda fila do andar de cima do veículo quando abri os olhos e comecei a ver a planície do pampa uruguaio. Nas haciendas (fazendas), várias cabeças de gado bovino se mantinham espalhadas pelo pasto. Parte da grama se encontrava seca, castigada pelas sucessivas geadas. À medida que o sol começa a ficar mais forte e o veículo avança, matas de eucaliptos se tornam mais visíveis e o número de outdoors à margem da rodovia vai aumentando. Inevitavelmente, fico procurando semelhanças e diferenças com o Uruguai que encontrei pela primeira vez, há exatos 30 anos, quando viajei ao vizinho país ao lado de minha mãe. Lembro que naquela ocasião, me chamou a atenção o número de carros antigos (para não dizer sucateados
Lembra daquela noite de Halloween?
ResponderExcluirSônia Pillon
Era noite de lua cheia. Como poderia esquecer? Nunca vou conseguir apagar da minha memória. Eu estava andando pela beira da praia, pensando na vida. Podia ouvir o som das ondas ruidosas batendo na areia, o vento soprando nas minhas costas, como se estivesse me empurrando para frente.
O céu azul coberto de estrelas e aquela lua enorme, luminosa, enigmática me fascinavam. Me senti hipnotizado por aquela visão mágica. O mar bravio se mostrava com toda a sua força. Olhei para o outro lado e vi ao longe alguns veranistas rindo em suas choupanas.
Presto atenção em um grupo barulhento. Eles soltam gargalhadas de copo na mão e cantarolam uma música antiga. Algumas mulheres dançam. Felizes? Sei lá...
Resolvo virar de costas para os festeiros e fico olhando o mar, iluminado pelo luar. Nesse momento, um grupo de jovens passou gritando pela praia. Estavam vestidos de bruxos, com roupas pretas, chapéus pontudos, máscaras de monstros. Seus rostos pálidos apresentavam profundas olheiras.
Alguns vestiam malhas coladas no corpo, com caveiras estampadas. Uma menina de estatura baixa estava à frente do grupo. Ela segurava uma abóbora oca que tinha os olhos e a boca iluminados por velas. Estranhamente, apesar do forte vento, as velas se mantiveram acesas! Um gato preto, magro e de pelo arrepiado, olhar atento, a acompanhava.
- Ah, claro! Hoje é Halloween, o Dia das Bruxas! Devem estar indo para algum clube comemorar... Quanta criatividade!, pensei, ao mesmo tempo que ficava fascinado por aquele bizarro cortejo. As fantasias eram tão perfeitas que até pareciam bruxos de verdade, pensei.
- Parece que saíram de alguma tumba! Lembra até aquele videoclipe, o Thriller! Isso mesmo! Ah, se eu tivesse grana, com certeza iria nessa festa!, disse, baixinho.
Nesse momento, uma linda jovem se aproximou de mim com um olhar sedutor. Ela vestia uma minissaia preta de couro, uma blusa sem mangas da mesma cor, uma meia preta rasgada e uma bota preta de cano curto com fivelas. Parecia uma roqueira de heavy metal, uma gótica, e estava olhando para mim, acredite!
– E aí, cara, tudo susse? Quer vir na festa de Halloween com a gente?
Surpreso e ao mesmo tempo envaidecido, mal consegui responder. – Ah, adoraria! Mas...
- Venha! Você é meu convidado! Vamos?
- E onde é esta festa?, perguntei, com o coração aos pulos, quase saindo pela boca.
- É logo ali, naquele prédio em forma de castelo. É uma festa temática incrível, da hora, você vai gostar!
E eu fui. Ela pegou na minha mão e fomos para a festa. Morgana era o nome dela. Nossa! Parecia a morada da Família Adams! Quando chegamos lá, ela se aproximou mais ainda de mim, me abraçou e beijou longamente. Eu tremia de emoção. Me sentia enfeitiçado por ela. Foi uma noite incrível!...
- E depois da festa? Vocês continuaram se encontrando? O que aconteceu, afinal, Adam?!
- Acordei de manhã, deitado na praia, e nem sinal de Morgana! Ela simplesmente desapareceu... Depois daquele ano, toda a vez que chega a noite de Halloween ela me aparece durante o sono, sorri para mim e me pergunta:
- Lembra daquela noite de Halloween?...