Era véspera de Natal. Eu tinha contado os dias para a chegada daquele momento. As luzes da grande árvore já estavam acesas e as bolas coloridas me fascinavam. A família estava toda reunida na sala, menos o pai Almerindo, que tinha saído e não chegou a tempo de ver a entrega dos presentes. A campainha tocou e o Papai Noel entrou no nosso apartamento, com a máscara de pano, a roupa vermelha, a barba de algodão e as luvas brancas, que pareciam engomadas. Eu nunca esqueci daquela noite! Sentia um misto de fascínio e temor, ao mesmo tempo, por aquela figura que chegou com o saco de presentes. Eu contava apenas seis anos, e tentava descobrir quem poderia ser por trás daquela máscara rosada. Meu irmão Renato (In memoriam), geralmente quieto e calado, também entrou no clima natalino, em que tudo é possível e todos se aproximam, sem diferenças. Papai Noel sorria, uma risada engraçada. Ele perguntava como eu estava, se tinha sido boazinha o ano todo, essas coisas... Falava com carinho,...