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Mostrando postagens de abril, 2015

Conto - As mais preciosas flores do reino

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Essa história quem me contou foi a minha avó Albertina. Eu devia ter uns seis anos. Uma vez, enquanto passeava pelo jardim para colher crisântemos, vovó me chamou para sentar ao lado dela, no banco debaixo do parreiral. Era uma manhã de sol. As árvores pareciam mais verdes e as flores mais coloridas e cheirosas. Lembro que tinha chovido muito uns dias antes e por isso o jardim estava encharcado, com grandes poças d’água. Os meus sapatos ficaram enlameados. Justamente os sapatos novos, presente da minha madrinha! - Gardênia, vem logo para cá! Já tem crisântemos que chega para o vaso da sala! Olha o estado dos teus pés, menina! E essas meias brancas? Ai, ai ai... Vai trocar logo esse calçado e essas meias e depois senta aqui, que quero te contar uma história... Fui correndo tirar as meias e os sapatos molhados e me sentei ao lado da avó Albertina. Ela sempre me contava histórias cheias de encantamento, que me faziam viajar pelos quatro cantos do mundo. Me sentia visitando lindos

Conto - Eles chegaram! *

O dia mal tinha amanhecido, mas o pequeno vilarejo já estava acordado. Na feira livre, os vendedores já gritavam as pechinchas do dia, desde o peixe fresco até as verduras, legumes e frutas mais viçosas. Donas de casa de lenço na cabeça e sacolas de pano examinavam atentamente a qualidade dos produtos, comentando as ofertas umas com as outras. De repente, um grupo imenso de pessoas adentrou o vilarejo, numa espécie de invasão silenciosa. Homens e mulheres, velhos, jovens e crianças de cabelos negros e lisos e tez amorenada caminhavam de cabeça baixa, andar arrastado, mas contínuo. Eram indígenas, expulsos de suas terras pelos posseiros, mineradores capazes de matar ou morrer por uma pepita de ouro.   O sofrimento estava estampado em seus rostos, assim como a desesperança no olhar. Muitos não conseguiam segurar as lágrimas. À medida em que se aproximavam, uma onda de medo tomou conta da população. Eles estavam sujos, com roupas rasgadas, e haviam muitos feridos entre a multidão de re

Aqui está reproduzida a entrevista que concedi aos estudantes de Jornalismo do Bom Jesus/Ielusc, Rodrigo Guilherme e Vagner Zimermann, https://www.youtube.com/watch?v=ZDM2nx5a5cM, no lançamento do meu livro na última sexta-feira, 17 de abril de 2015, às 18h, na 12ª Feira Do Livro De Joinville. Gratidão! Espero que o meu livro se some para disseminar a cultura da paz!

https://www.youtube.com/watch?v=ZDM2nx5a5cM

https://soundcloud.com/gabriela-kugelmeier/trecho-do-livro-de-sonia-pillon

https://soundcloud.com/gabriela-kugelmeier/trecho-do-livro-de-sonia-pillon

É hoje, sexta-feira, 17 de abril, às 18h, que lanço meu livro "Encontro com a paz e outros contos budistas", pela Associação Confraria das Letras, no palco da 12ª Feira do Livro de Joinville!

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Estou entre os 24 autores catarinenses da antologia "Saganossa, Outras histórias", com o conto "O beijo do Zorro". A obra foi lançada dia 15 de abril de 2015, na 12ª Feira do Livro de Joinville. A terceira foto mostra o MIX de antologias e dois livros de minha autoria publicados: "Crônicas de Maria e outras tantas - Um olhar sobre Jaraguá do Sul" e "Encontro com a paz e outros contos budistas".

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Conto - Johnny e a bruxa do castelo

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Essa é uma história estranha, de um castelo estranho, onde viviam uma bruxa e um menino mais estranhos ainda. Quando criança, sempre ouvia falar de castelos assombrados, bruxas narigudas, sempre envoltas com poções e sortilégios, que se locomoviam voando em vassouras. Quem já não leu algum livro, ou assistiu algum filme desse tipo? Aquela figura feminina de voz desagradável, mexendo o caldeirão fumegante, com aquela gargalhada arrepiante... Pois é, mas a gente cresce e com o tempo essas narrativas vão caindo no esquecimento. No máximo, lembramos alguma comédia sobre o tema, rimos muito e só. Poucos lembram das “bruxas do bem”, que dominam o conhecimento sobre ervas e unguentos que já salvaram muitas vidas, especialmente em cidades litorâneas de Santa Catarina. Mas, isso já é outra história... Então, quando decidi viajar para a Inglaterra, nem me preocupei quando o guia turístico disse que iríamos visitar um célebre castelo medieval. - Atenção, pessoal! Esse é um dos ta

Conto - Uma segunda chance

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A cabeça de Norton latejava tanto que parecia que iria estourar. Suas mãos tremiam e seu olhar estava perdido no infinito. Mil imagens apareciam e desapareciam em sua mente. O coração quase saltava pela boca, de tanto que ele correu. A camisa estava ensopada de suor e as ideias desconexas. A noite escura foi aliada fuga, e o parque parecia ser o lugar ideal para colocar a cabeça no lugar. Naquele momento, o lago de águas serenas apareceu como um bálsamo. Sentou à beira do lago para entender o que aconteceu. Como tinha sido capaz de tanta insanidade? Como pode perder o controle? Lágrimas copiosas começam a cair. Sacudido pelos soluços, o jovem esconde o rosto entre as mãos e fala baixinho, como a sussurrar para si mesmo: E agora?!... A noite pareceu interminável, até que a luz do dia iniciou o lento desvendar da escuridão, tornando as formas mais nítidas e o lago  mais azul. O parque pouco a pouco descortinava seus habitantes, de mendigos e andarilhos, que pareciam se assus