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Mostrando postagens de março, 2015

A página 2 da edição de sexta-feira (27), do Jornal do Vale do Itapocu, traz na minha coluna semanal No Mundo da Lua o conto "Memórias do mar", www.jdv.com.br.

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Conto - Memórias do mar

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O mar sempre me causou encantamento. O ondular das águas, o leve ruído produzido pelas ondas, no encontro com a areia, a chegada de um siri, trazido à beira-mar, o céu azul, pintado por nuvens brancas, as aves aquáticas, os morros, os barcos ao fundo... É como se me transportasse para uma ilha deserta, aberta dentro de mim mesma. Fecho os olhos e aspiro o cheiro da água salgada, inconfundível. Quando o sol nasce e a praia ainda está praticamente deserta, com poucos veranistas, gosto de apreciar a movimentação dos pescadores com suas redes e barcos coloridos, conferindo os peixes e se preparando para a venda do dia. O aroma do peixe fresco me faz antever deliciosas e suculentas receitas para degustar à mesa, com a família, ou amigos, de preferência acompanhadas de um vinho de boa safra... É incrível constatar que no mesmo espaço, na areia, convivam realidades tão distintas.  A praia pode ser um lugar paradisíaco para amar, relaxar, descansar e até para não pensar em nada, esvaz

Hoje recebi a edição de março de 2015 do A ILHA Suplemento Literário, que reproduz a minha crônica "O Sarau Poético", nas páginas 21 e 22.Produzi em 2012, sobre a minha participação no evento literário "Saraus de Poesias nos Trilhos do Trem", em Jaraguá do Sul (SC).

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Publicação do meu conto "Nuvens da saudade" na página 2 de sexta-feira, 20 de março de 2015, do Jornal do Vale do Itapocu.

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Conto - Nuvens da saudade

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A primeira vez que Sofia ouviu falar sobre Mitologia Grega foi há muitos anos, quando recém tinha completado seis anos de idade. Ela nunca esqueceu a noite em que eu trouxe aquele livro grosso de capa dura, com ilustrações coloridas de deuses e deusas, semideuses, heróis e simples mortais, criados pela fértil imaginação dos habitantes da Grécia Antiga. Supersticiosos e temerosos da fúria dos deuses, que eram vingativos e movidos a paixões, assim como os humanos, o povo grego vivia elevando suas orações e oferecendo sacrifícios para agradar as divindades do Olimpo. Os olhos de Sofia brilhavam a cada episódio da obra, como a que contava sobre Ícaro, o homem que ousou desafiar o deus Apolo, único que podia se aproximar do astro-rei... Ficou com dó ao saber que as asas de cera e penas criadas por Ícaro, que sonhava voar como os pássaros, derreteram com a proximidade do sol e ele morreu...  - Se aqui embaixo desse sol é um calorão, imagina lá em cima! Sempre teve predileçã

Edição de hoje, 13 de março de 2015, página 2 do Jornal do Vale do Itapocu, traz o meu conto "O Castelo", www.jdv.com.br.

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Conto - O castelo

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  O calabouço era escuro e úmido. Uma pequena réstia de luz atravessava as grades da minúscula janela, lá no alto. Durante a madrugada, a janela também dava acesso aos morcegos, que faziam voos rasantes e ruídos de arrepiar o mais corajoso dos cavaleiros. Sujo e empoierado, o local também estava tomado por ratos e baratas. Um completo cenário de horror.            E era nesse ambiente fétido e aterrador que lorde Thompson estava encarcerado, longe de tudo e de todos, principalmente de sua amada, desde que o soberbo Henry, o rei da Bretanha, descobriu que ele cortejava sua única filha, Mary Hellen.           Ambicioso, o frio soberano tinha outros planos para sua herdeira. Pretendia casá-la com um outro rei, unir os dois reinos e crescer ainda mais em seus domínios.              Enquanto se refugiava em um canto da cela, na tentativa de ficar a salvo dos roedores e insetos, ficava lembrando da primeira vez que viu a tímida princesa Mary Hellen, passeando pelo jardim do castelo.

Conto - O Sonho de Jourdan

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“Comandar esses 60 trabalhadores para desbravar essas terras inóspitas não tem sido uma tarefa fácil! Se bem que eu sabia dos desafios que ia enfrentar ao receber essas terras dotais da princesa Isabel e do meu caro amigo, conde D´Eu. Quando penso que chegamos aqui, margeando o rio Itapocu, rumo ao desconhecido, e lembro da emoção que senti ao penetrar pela primeira vez esse vale...   Ao avistar esse lugar lindo, de matas exuberantes e águas cristalinas, tive a certeza que aqui é o lugar certo para se prosperar... E essa sensação é muito forte dentro do meu coração! E pensar que eu, o engenheiro belga Emílio Carlos Jourdan, que já enfrentou guerras nessa minha carreira de militar, agora enfrenta essa odisséia para colonizar esse fértil Vale do Itapocu, com esses tantos índios, curiosos e temerosos de nós. O Morro da Boa Vista nos olha soberano, enquanto luto com essa equipe para instalar esse engenho de cana, a serraria, a olaria, e o engenho de fubá e mandioca. Investi todo

Conto - A volta de Manequinha

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“Manuel foi pro céu...” A frase remete a uma conhecida música de Ed Motta... Mas me faz lembrar especialmente do saudoso Manoel Rosa, ícone da folia carnavalesca de Jaraguá do Sul, no Norte Catarinense!    Manequinha, Mestre Manequinha, Senhor Carnaval... Quem o conheceu, não tem como esquecer sua figura magra e franzina, mas determinada, a pele cor de ébano e seus expressivos olhos azuis.    Nascido no Morro da Boa Vista (o Morro da África, como era chamado), foi na Vila Lenzi, onde passou a residir na década de 1940, que ele se consagrou como folclorista e carnavalesco.    Elegantemente vestido e com porte nobre, conduzia o bloco Estrela D’Alva como um maestro, e se agigantava perante à platéia da avenida Walter Marquardt. Ele mesmo cuidava de tudo, especialmente da bateria. Afinal, o respeitável público se acostumou em vê-lo desfilar desde 1938, quando criou o grupo “Estrela D’Alva”, o mais antigo bloco de carnaval da cidade!    Na década de 1950, inovou com o Grupo

Meu conto "O presente do ano novo chinês" está na página 2 de hoje do Jornal do Vale do Itapocu, www.jdv.com.br.

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Conto - O presente do ano novo chinês

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Caminhar pelo bairro da Liberdade sempre foi um prazer inenarrável para mim. Aquela atmosfera mística, a decoração, as lojas e seus produtos importados, a exótica e saborosa culinária, tudo me faz voar na imaginação, rumo ao país do sol nascente e seus vizinhos. Made in Japan , Made in China , não importa, porque o meu encantamento desperta a cada vez que meus pés pisam por aquelas calçadas mágicas, que tem o poder de me fazer esquecer dos problemas e de tudo o mais... Aqueles olhos puxados dos comerciantes, a fascinante diversidade de povos e raças que circula pela rua principal, as múltiplas barracas de artesanato, com peças gigantes até as mais surpreendentes miniaturas, têm o poder de me transportar ao outro lado do globo. Dragões assustadores, luminárias, artigos de bambu, velas, incensos, roupas, plantas...  Não importa quantas vezes eu passe por lá, a sensação é sempre de primeira vez... - Ok, Mirella, tudo isso já sei faz tempo... Mas o que aconteceu naquele dia?