A morte que chocou o País
Crônica
Um político jovem e carismático, com
uma carreira surpreendente e com um futuro promissor, que acalentava um sonho
antigo: ser Presidente do Brasil. Faltando menos de dois meses até o momento em
que os brasileiros terão de se dirigir às urnas, seus planos são interrompidos
abruptamente com a queda da aeronave, com mais seis pessoas, em uma área
residencial de Santos, no litoral paulista. Sem saber, na fatídica manhã do dia
13 de agosto, ele se preparava para sua última viagem, para o “Voo da Morte”.
Era a terceira opção, ocupava o
terceiro lugar nas pesquisas de opinião, depois de Dilma Rousseff e de Aécio
Neves. Era idealista, trazia a política no sangue e no DNA. Se elegeu e se
reelegeu ao governo de Pernambuco. Ao ter a ex-senadora Marina Silva como vice
na chapa, apontada como “boa de voto”, após a surpreendente votação no pleito
anterior, ele era visto como opção para os que não aprovavam nem a reeleição de
Dilma, tampouco a eleição de Aécio...
Casado, 49 anos (completados no
domingo que passou), pai de cinco filhos, no auge da popularidade e em uma das
fases mais produtivas da vida de um homem... A meta estava lá na frente, mas a
morte veio antes! O imponderável aconteceu, pegando a todos de surpresa e
comprovando a máxima de que “para morrer, basta estar vivo”...
Nessas horas, as reações são as mais
diversas. Teve gente que, repentinamente, passou a jurar de pé junto que iria
votar nele. Outros imediatamente procuraram jogar no atual governo a culpa pela
morte do presidenciável: “Será que foi, mesmo, acidente?”, “Está na cara que
foi a Dilma!”, e por aí vai... O fanatismo de uns passa a criar uma teoria da
conspiração. São possivelmente os mesmos que juravam de pé junto que a Copa já
havia sido comprada pelo governo brasileiro. Pois é...
Mas o mais chocante foram as “piadas”
relacionadas à tragédia, mostrando a que ponto pode chegar a insensibilidade de
algumas pessoas em um momento em que a Democracia está de luto.
Agora esqueça a sigla partidária!
Estamos falando de vidas humanas! Onde está o respeito à dor das famílias? Onde
está o sentimento de solidariedade, o choque com a forma como os corpos das
vítimas foram encontrados?!
Vale lembrar que além de Eduardo
Campos, mais seis pessoas morreram, integrantes de seu staff de campanha e
comandantes de voo. Onde está o sentimento humanitário? Choramos mais com a
desclassificação do Brasil na Copa do que com a morte trágica de pessoas que
tiveram as vidas ceifadas prematuramente?!
É por isso que defendo a necessidade urgente
das pessoas despertarem e resgatarem valores humanos “esquecidos”, como amor
universal, solidariedade, ética, lealdade... Que mundo queremos deixar para
nossos filhos e netos? Para onde está nos levando o egoísmo, o egocentrismo, o
materialismo e a ambição desmedida?
É preciso ser solidário com as
famílias e amigos de Eduardo Campos e dos outros seis que morreram no Voo da
Morte. Por que respeitando a morte, estaremos valorizando a vida. Debaixo da
terra, somos todos iguais. Afinal, poderia ter acontecido comigo, com você, com
qualquer um. Essa é a reflexão que considero pertinente nesse momento.
Que lindo Soninha !!!
ResponderExcluirHa sim tristeza em nossos corações antes de ser candidato é um ser humano é filho pai,marido, irmão que Deus conforte os familiares !!! Beijinho