Conto - De volta ao Velho Oeste
Deitado no divã do terapeuta, Rodrigo se
preparava para uma sessão de
regressão de memória. Executivo de uma grande empresa, ele era apontado por todos do seu meio como um homem bem
sucedido, invejado até. Mas os pesadelos
e a sua dificuldade de lidar com as pessoas o causavam dificuldades na vida pessoal, no convívio com a mulher e os
filhos.
Era respeitado e temido ao mesmo tempo. E
foi justamente por sentir o afastamento das pessoas que mais amava
que decidiu buscar ajuda.
Enquanto fechava os olhos, lembrou das lágrimas que já havia provocado com sua rudeza e falta de tato. Queria demonstrar seus sentimentos, pedir perdão por suas grosserias, mas o orgulho o impedia. Foram muitos os tratamentos indicados até chegar ali. Sentia cansaço no corpo e na alma.
“Procure relaxar. Imagine que está em um lugar com árvores, grama, flores, pássaros...” E foi o que Rodrigo fez. Procurou lembrar imagens lúdicas da infância distante e relaxou profundamente.
De repente, o cenário começou a mudar. Era noite fechada. Esfregou os olhos e ouviu gargalhadas a poucos metros dali. Reparou que estava com uma roupa diferente, como aqueles cowboys do velho oeste, com uma barba por fazer e uma aparência péssima. Se sentiu um personagem de Louis L’amour e riu de si mesmo. Sempre foi fã dos filmes de bangue-bangue e ficou se perguntando se estaria em um dos estúdios de filmagem de Hollywood. Será?...
Enquanto fechava os olhos, lembrou das lágrimas que já havia provocado com sua rudeza e falta de tato. Queria demonstrar seus sentimentos, pedir perdão por suas grosserias, mas o orgulho o impedia. Foram muitos os tratamentos indicados até chegar ali. Sentia cansaço no corpo e na alma.
“Procure relaxar. Imagine que está em um lugar com árvores, grama, flores, pássaros...” E foi o que Rodrigo fez. Procurou lembrar imagens lúdicas da infância distante e relaxou profundamente.
De repente, o cenário começou a mudar. Era noite fechada. Esfregou os olhos e ouviu gargalhadas a poucos metros dali. Reparou que estava com uma roupa diferente, como aqueles cowboys do velho oeste, com uma barba por fazer e uma aparência péssima. Se sentiu um personagem de Louis L’amour e riu de si mesmo. Sempre foi fã dos filmes de bangue-bangue e ficou se perguntando se estaria em um dos estúdios de filmagem de Hollywood. Será?...
Levantou com certa dificuldade e foi caminhando, até que
encontrou o Saloon. Haviam vários cavalos amarrados,
enfileirados perto da porta.
- Se é um cenário, é perfeito! Dá até
para sentir o cheiro de esterco dos cavalos... Éca!
Se encheu de coragem e entrou no Saloon lotado. À direita, viu uma mesa de jogatina com vários homens mal-encarados, destes que aparecem nos filmes. Um deles cuspiu no chão, soltou um palavrão por se dizer roubado, e começou a lutar com um dos comparsas. Os que estavam nas mesas próximas se levantaram, e enquanto alguns tentavam apartar a briga, outros continuavam a fazer apostas. No palco, cinco francesas dançavam o Cancan e arrancavam assobios da platéia. Foi direto para o balcão.
- Boa noite. Me dá um uísque duplo, sem gelo, por favor. Ao ser servido, engoliu tudo de uma só vez e pediu mais duas doses, para espanto do barman.
- Salve, Mike, que maus ventos te trazem para este fim de mundo?, perguntou um homem com voz rude e olhar faiscante.
- Desculpe, amigo, mas você está me confundindo com outra pessoa. Meu nome é Rodrigo, não conheço ninguém por essas bandas e nem sei como cheguei aqui...
- Não pense que esqueci daquela dívida, Mike! Ou você paga agora, ou te estouro os miolos aqui mesmo!, disse o homem, ao mesmo tempo que apontou uma arma.
Assustado, o barman pediu calma e todos começaram a evacuar o recinto. Algumas dançarinas subiram para os quartos, outras se refugiaram embaixo das mesas.
Numa fração de segundo, Rodrigo aproveita o olhar cobiçoso do vilão para uma dançarina ruiva que subia as escadas e sai em disparada, escapando dos tiros. Foi se refugiar na mata, enquanto grossas gotas de suor caem pelo seu rosto. Começou a orar mentalmente para não ser descoberto pelo bandido.
- Rodrigo, agora é hora de voltar!, disse o terapeuta, espantado com a expressão assustada de seu paciente, que estava ensopado de suor e parecia estar acordando de um apavorante pesadelo...
Se encheu de coragem e entrou no Saloon lotado. À direita, viu uma mesa de jogatina com vários homens mal-encarados, destes que aparecem nos filmes. Um deles cuspiu no chão, soltou um palavrão por se dizer roubado, e começou a lutar com um dos comparsas. Os que estavam nas mesas próximas se levantaram, e enquanto alguns tentavam apartar a briga, outros continuavam a fazer apostas. No palco, cinco francesas dançavam o Cancan e arrancavam assobios da platéia. Foi direto para o balcão.
- Boa noite. Me dá um uísque duplo, sem gelo, por favor. Ao ser servido, engoliu tudo de uma só vez e pediu mais duas doses, para espanto do barman.
- Salve, Mike, que maus ventos te trazem para este fim de mundo?, perguntou um homem com voz rude e olhar faiscante.
- Desculpe, amigo, mas você está me confundindo com outra pessoa. Meu nome é Rodrigo, não conheço ninguém por essas bandas e nem sei como cheguei aqui...
- Não pense que esqueci daquela dívida, Mike! Ou você paga agora, ou te estouro os miolos aqui mesmo!, disse o homem, ao mesmo tempo que apontou uma arma.
Assustado, o barman pediu calma e todos começaram a evacuar o recinto. Algumas dançarinas subiram para os quartos, outras se refugiaram embaixo das mesas.
Numa fração de segundo, Rodrigo aproveita o olhar cobiçoso do vilão para uma dançarina ruiva que subia as escadas e sai em disparada, escapando dos tiros. Foi se refugiar na mata, enquanto grossas gotas de suor caem pelo seu rosto. Começou a orar mentalmente para não ser descoberto pelo bandido.
- Rodrigo, agora é hora de voltar!, disse o terapeuta, espantado com a expressão assustada de seu paciente, que estava ensopado de suor e parecia estar acordando de um apavorante pesadelo...
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