Crônica - Agora é Azul!
Não. Eu não estou me referindo à companhia aérea que
corta os céus desse Brasil continental, de muitas raças, realidades e
ideologias. Também não estou me referindo à cor dos gremistas (até porque sou
colorada assumida!). Tampouco estou fazendo propaganda à agremiação política
que amarga a derrota recente nas eleições presidenciais deste País. E nem estou
querendo associar com o polêmico filme francês “Azul é a cor mais quente”, de
Abdellatif Kechiche.
Me alongando um pouco mais, poderia dizer que a cor
azul, desde os tempos imemoriais, está associada à realeza, ao “sangue azul” da
aristocracia, à água, a uma noite estrelada, para os românticos de plantão...
Ou que para os terapeutas alternativos, o azul significa tranqüilidade,
serenidade, harmonia, mas também é associado à frieza, monotonia e depressão. Não!
O azul que quero pontuar aqui é a cor que remete à
primeira roupa tradicionalmente utilizada pelos meninos. Mais precisamente, ao
Novembro Azul!
Sim, porque passado o mês em que o rosa imperou,
estamos com o novembro em curso e temos um imenso contingente de homens
resistentes a procurar um médico para se prevenir contra o câncer de próstata!
Constrangimento? Preconceito? Acreditar que só acontece com “os outros”? Medo
do diagnóstico? Falta de tempo? Possivelmente todas as alternativas estão
corretas...
E se você que está lendo agora essa crônica é um dos
que fogem de um consultório até o último momento, talvez as informações a
seguir o convençam, racionalmente, de que deve mudar seus conceitos.
Então, vamos ao que interessa! Recentemente, o
Instituto Lado a Lado pela Vida idealizou o Novembro Azul em parceria com a
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com base no fato de que o câncer de
próstata é o mais freqüente no sexo masculino: a cada seis homens, um é
portador da doença.
A estimativa é que em 2014, 69 mil novos casos sejam
diagnosticados. Depois que aparecem os sintomas, 95% dos casos já se encontra
no estágio avançado.
A SBU recomenda que os homens a partir de 50 anos
procurem o urologista. Os que apresentam maior risco, por predisposição
genética, ou por serem da raça negra, devem procurar o médico a partir dos 45
anos. Os exames consistem na dosagem sérica do PSA e o “temido” toque retal. Devem
ser feitos anualmente. Se as mulheres são corajosas para se submetem aos exames
anuais, os homens também podem, não é mesmo?
Todo mundo sabe o quanto o desempenho sexual é
importante na vida de um homem. Símbolos fálicos existem desde sempre e estão
ligados à dominação masculina, ao poder sobre as mulheres. No Ocidente, pode-se
dizer que há avanços nessa ótica um tanto quanto machista sobre a supremacia
masculina. Afinal, hoje a igualdade de direitos já ganhou os lares e todas as
esferas sociais.
Mas, há algo incontestável: para se viver mais e com
qualidade de vida, inclusive na vida afetiva, o homem precisa ir além do cuidado
externo com a aparência. É imprescindível que passe a levar mais
a sério a
própria
saúde. Vale lembrar que, em Jaraguá do Sul, a Sociedade Sem Câncer
desempenha esse papel de conscientização. E viva o Novembro Azul!
Comentários
Postar um comentário