Três poemas... Aquática - Casa de vidro - Inconstância

Aquática

Sol aberto em leque convida e aquece a alma.
Caranguejo sai da toca.
Anda de lá, anda de cá.
Concha energizada fosforece na areia de pegadas frescas.
Ondas o saúdam.
Magia do mar, tal sereia, atrai caranguejo.
Domínios de Netuno, aquário infinito.
Caranguejo levita nas profundezas.



Casa de vidro

A menina de longos cabelos negros arregala os olhos e sai em disparada.
Primitivos instintos levam o facínora de longas barbas atrás dela.
Carrega o punhal do outro mundo.
O cavalo branco galopa.
Ela, alcança a casa de vidro que o cavalo transforma em estilhaços.
Ele, alcança a menina, que ao cantar música suave, faz o punhal cair.
O canto transmutante do Buda de sândalo transforma o homem em música.

Inconstância

Tosco mundo, incompreensível.
Fúria na penumbra desvenda a alma.
Zumbi taciturno, inconstante, inconsciente.
Jangada que move o mar.
Vendaval.
Amor em fúria vira zumbi.
Algo cinza se move na água da enguia.
Iguana viva entre os arbustos.
Cristal que se quebra.
Voz fraca fragilizada pela palavra.
Salsugem remete ao salmão de asas.
Cassiopeia que brilha no fundo do mar.
Mar, alegria sonsa feita de maresia que se esvai com a espuma.
Encontro deserto com a música profunda.

Publicado na "Miniantologia - Letras Associadas 1", em que me faço presente com três poemas inéditos. A obra foi lançada no Dia do Escritor, 25 de julho de 2015, no Museu de Arte de Joinville.

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