Os crimes anunciados
Toda a vez que a imagem do menino Bernardo aparece na mídia, a revolta das pessoas é unânime. Não há quem não se manifeste a favor de penas duras para o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta, Graciele Ugulini, e a amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, e o irmão, Evandro Wirganovicz, suspeitos de terem planejado e executado um dos crimes mais bárbaros dos últimos tempos no Brasil. Frases como “Que horror!”, “Coitadinho do menino!“, “Esses aí têm que apodrecer na cadeia!” e “Justiça contra os assassinos de Bernardo” são as mais comuns. O estudante gaúcho, que deu inúmeros sinais em vida de que estava sofrendo com a indiferença e o desprezo com que era tratado em casa, tentou desesperadamente que alguém o resgatasse, mas ninguém moveu uma palha sequer para salvá-lo. A empregada, parentes, vizinhos e amigos garantem que “não imaginavam” que um pai, que exerce uma profissão comprometida em salvar vidas, arquitetasse algo tão monstruoso. Se é que se pode chamar de “pai” e de “mé...