Gatos e humanos
Nem todos gostam de gatos. Há
os que não suportam a ideia de ter um bichano
por perto. Alguns chegam ao extremo de odiar os felinos, a ponto de maltratar, torturar e até matar, de fome, a pauladas, envenenados, afogados… E não
existe meio termo quando se trata desses animais de pelo macio e miados manhosos.
Dificilmente um gato provoca
sentimentos de indiferença, tanto que poucos conseguem manter o olhar de um gato por muito tempo. Geralmente as pessoas desviam o olhar, desconcertadas. Pode ser perturbador ser olhado de uma forma tão penetrante, como a desvendar mistérios…
Os antigos egípcios
consideravam o gato uma divindade, por suas qualidades de estrategista, raciocínio rápido e agilidade, até para eliminar os ratos. No tempo dos faraós, eram sinônimo de extrema boa sorte.
A altivez característica de um
gato aparenta nobreza, segurança.Seus movimentos
estratégicos e seu porte transpiram independência.
E mesmo que você o alimente e
Existem muitos mitos
relacionados aos felinos. Por ideias trazidas no inconsciente coletivo, que
remontam à “Idade das Trevas”, os gatos passaram a ser associados às bruxas e
seus feitiços, apontados como maléficos e traiçoeiros. Eram
associados às feitiçarias, queimados como as
bruxas. E por mais que séculos tenham se passado, há os que nem sequer os dão o
direito de viver, os condenando à morte tão logo são paridos…
Os intolerantes alegam que eles soltam
pelos, que arranham e destroem móveis, roupas, utensílios... Ou ainda que são “ladrões”,
porque eventualmente pulam em cima da mesa e se apoderam da comida… Outros
justificam o não gostar porque eles seriam egoístas e se apegariam mais às casas
e ao conforto que desfrutam, do que aos próprios donos…
As estórias infantis e os desenhos animados
sempre foram pródigos em apresentar personagens sádicos, como “Tom” (Tom &
Jerry), “Garfield”, preguiçoso e egocêntrico, “Manda-chuva”, que comandava uma
gangue de gatos de rua, e o arteiro “Gato Félix”…
Para os que conhecem de perto esses animais lindos, de andar gingado e pelagem brilhante, sabem que eles podem não ser espalhafatosos nas demonstrações de afeto, como os cães, mas nem por isso são menos afetuosos. Um gato que é acolhido, alimentado, bem cuidado e tratado com carinho por seu dono sabe, sim, retribuir a atenção de forma profunda e leal. Porém, se for tratado com hostilidade, agirá em defesa própria, seguindo a lei da sobrevivência…
É certo que eles se “adonam” da casa, se esparramam por todo o canto, são altivos e têm personalidade. Em alguns casos, parecem agir como se fossem os donos e “permitissem” que os humanos ocupassem o espaço… Mas, para os que amam gatos e respeitam sua personalidade, essas características importam muito pouco, pelo bem que a sua presença faz na vida de seu dono. Afinal, eles amam incondicionalmente os que entendem seu jeito de ser.
Muitos acreditam que gatos são profundamente sensitivos e sensíveis, atuando como “filtros” das energias negativas no habitat que dividem com os humanos. E que até adoecem seriamente por serem tão protetores.
Por todos esses fatores, mesmo que você não morra de amores por gatos, pelos menos os respeite. Ensine seus filhos que animais de estimação não são bichos de pelúcia: eles sentem dor, fome, ficam doentes e têm o direito de serem tratados com dignidade, até porque maltratar animais é crime e um ato que não se pode tolerar em seres que se dizem “humanos”.
Foto: Flor de Lótus - Arquivo Pessoal de Sônia Pillon
Esta é a segunda versão. O texto original foi publicado no http://cooperativadeletras.wordpress.com/2013/12/16/gatos-e-humanos-sonia-pillon/
Que belíssimo texto, querida Sonia!
ResponderExcluirFlor de Lótus deve estar orgulhosa de ocê!!!
Muitos beijos
Jorge
Obrigada, Jorge! A Flor de Lótus realmente não tem do que se queixar! :) Bom seria se todos tivessem uma postura humana e consciente em relação aos felinos. Felicidades procê! Bjs, Sônia
ResponderExcluirMuito linda tua crônica, Sônia. A gente adora esses bichinhos misteriosos e fofinhos. Bjs Isaac
ResponderExcluirMisteriosos, fofinhos, encantadores! :) Bjs Sônia
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