Prontos para encarar 2023?

Acredito que todos vão concordar que 2022 não foi um ano fácil para ninguém. E como poderia ter sido, com tantos agravantes? Apesar da pandemia do coronavírus ter estabilizado com a vacinação, do retorno dos eventos presenciais, da recuperação da economia, ainda estamos a passos lentos. Vai ser preciso muita energia, resiliência e criatividade para driblar o que vem pela frente, nesse 2023 que acaba de nascer.

Vale lembrar que grande parte das importações vem da China, com uma crise sem precedentes, causando um efeito dominó nesse mundo globalizado em que vivemos. Isso sem falar na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que infelizmente se estende sem nenhum indício de paz, a curto prazo. E é nesse cenário que o mundo se movimenta hoje.

Na Ásia, as tensões entre Japão e China, e entre as duas Coréias, também se agravaram e acenderam a luz de alerta no restante do mundo, pelos riscos de desencadearem uma terceira guerra mundial.

Nesse contexto, as populações vulneráveis são as mais atingidas pelo mapa da fome do planeta. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, são mais de 16 milhões de iemenitas, 27,3 milhões de congoleses, 50 milhões de afegãos, 20,4 milhões de etíopes e 12 milhões de sírios passam fome. Paralelamente, a instituição Médicos Sem Fronteiras leva ajuda humanitária em mais de 70 países, no combate à desnutrição, epidemias, desastres naturais e socioambientais. O MSF atua também em conflitos, com destaque para o trem-hospital em meio à guerra na Ucrânia.

E por aqui, o desemprego, o aumento da informalidade e a falta de comida na mesa seguem assombrando uma parte considerável da população. O Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 apontou em 2022 que 33,1 milhões de pessoas não têm alimento garantido no prato.

Existem demandas relacionadas à saúde, educação, infraestrutura e meio ambiente, para citar as mais lembradas. Portanto, não faltam desafios para Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje toma posse como Presidente da República pela terceira vez, e com o país dividido. Tampouco faltarão desafios ao povo brasileiro, que terá de se equilibrar entre os recursos disponíveis e o custo de vida.

Mas somos brasileiros, certo? Força, foco e fé! Passada a euforia das comemorações de virada de ano, é hora de partir rumo ao desconhecido. Já conseguimos superar as agruras de 2022, não é mesmo? Então, seja bem-vindo 2023!

* Publicado em 1º de janeiro de 2023, na coluna semanal do JDV Online, www.jdv.com.br.



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